Quantcast
Viewing all articles
Browse latest Browse all 10

Japão versus Ocidente, mangá vs HQ, anime versus desenho: a mania da supervalorização cultural e o contra-argumento estúpido das páginas de “humor otaku”

Não estou com muito tempo para escrever textos hoje, mas ao mesmo tempo não há porque não escrevê-lo, portanto, vou tentar dividir tal assunto em partes considerando o quanto ele é delicado. Para falar a verdade o assunto nem seria polêmico, mas o ser humano cria artifícios para tornar isso polêmico. A polêmica reside na estupidez das partes, eu diria, mas nenhuma página de animê, mangá ou humor para “fãs” que se preze me daria ouvidos. Parece que a adolescência de tais fãs é tão longa quanto os dos hikkikomoris. Isso vale tanto para os filhos da página Akuma Animês quanto para a página Kawaii é meu ovo. Ambas as páginas são opostos antitéticos (não sabe vai procurar no dicionário, colega. Animê não ensina linguagem teórica. Tanto mais só internet).

Para falar a verdade todo fã que se torna muito velho começa a implicar com aquilo que consome, mas, também, ao mesmo tempo, tenta manter um hábito que (corretamente) deveria ser imaginativo e reservado para um determinado horário e tempo. Isso vale tanto para atividades que podem perder sentido com o tempo como ver animes e desenhos ou mesmo jogar RPG. Muitos dizem que essas atividades deveriam ser erradicadas ao longo do tempo e quem às mantêm tem algum defeito de caráter e não deveria ser levado á sério. Complicada uma declaração destas, pois tal atitude é baseada em preconceitos baseados em valores que nem sempre podem corresponder aos anseios de uma pessoa, PORÉM, eu não vou entrar no mérito da questão.

O que acontece é que essa desvalorização afeta os dois grupos do mesmo modo. A forma de se expressar e apresentar as idéias difere, mas em essência a origem da ação é uma auto-preservação: por um lado de se mostrar jovial (ain meu anime é lindo e ele não é desenho porque ele é pra adulto, tendeu? Então, vai se foder!) de outro lado o desejo de prevalência de uma atitude não cabível e um anseio doente por se livrar de um discurso infantil que não parece razoável aos zuões que toma atitudes agressivas diante de crianças ou adolescentes (Sou mal e tu é um merda. Enfia teu anime no seu cu que essa porra me dá câncer).

Note que tais duas atitudes são dos mesmo grupo (nicho, mas cada sub-nicho se diferencia pelo que ele posta na internet). Muito bizarro no mínimo. Para não dizer até mesmo reprovável. me identifico mais com o segundo grupo, mas porque a premissa de todo não é ruim; rir das próprias desgraças. Acontece que o desejo de se apartar do resto deste grupo faz o grupo que crítica o próprio nicho – a parte idiota e infantil dele; acaba se infantilizando de certa maneira e perdendo credibilidade. Isso é fato. Se por um lado existem argumentos fundados na ignorância (otacus) o outro grupo pauta sua atitude na intolerância (anti-otacus). Derivado disso existem mil e uma páginas anti-animes que nem merecem alguma letra, afinal, na maioria do tempo elas são como 90% do Facebook: para irritar, cutucar e fazer presença por atitudes imbecis e babacas. Saudades do MSN. rs

Para falar a verdade essa disputa toda acaba sendo tão idiota que o único sentido parece ser ter algo para postar. Na verdade a questão suscitada pelos otakus da diferenciação de seus desenhos daqueles provenientes do norte-americano os torna weaboos que querem valorizar sua diferenciação através de seus gostos e uma busca de identidade. Uma busca fútil e típica da adolescência, mas pelo menos é um modo sincero de se ter um grupo. Por mais que de forma ignorante e idiota. Para não dizer infantil e descerebrada muitas vezes.

O outro lado da moeda (o menos sincero) quer mostrar o pau e dizer: nossa olha como eu sou inteligente, sou mais inteligente que você. a impressão que tenho é que 90% desses fãs passou da fase weaboo  agora quer se livrar dessa “mancha” no seu passado e quer atacar o que algum dia já foi. Para se ter consciência crítica precisa-se viver a fase acrítica: lição de vida bem válida ao meu ver. Porque se não fosse assim não criaria identidade e não se importaria tanto com o que o outro lado do grupo faz. afinal, eles degrinem a imagem de quem gosta de animação Japonesa. Se eles fossem anti-corpos saudáveis eu até apoiaria. quer dizer, até certo ponto essas páginas eram um bom contraste com relação à esse tipo de atitude acrítica, mas se tornou tão hiperbólico que chega a ser atroz. Dá a impressão de que há falta de perspectivas de mudar de vida e porque ainda vê animês ele ataca quem está tendo um encanto descerebrado pelo que acabou de ver. Obviamente, muitos otacus tem atitudes reprováveis, mas a maioria deles são crianças, convenhamos. Aqueles que já se tornaram adultos e ainda mantêm uma atitude descerebarada merecem umas porradas, obviamente. e o cara não conseguiu se aceitar ainda.

Aliás, o termo otacu é um tanto estranho ao meu ver. Afinal, otaku é aquele que idolatra. Portanto, um nível descerebrado de fixação em um objeto cabe perfeitamente na denominação proposta. Afinal, fixação e idolatração cabem bem dentro do termo. Afinal, eu sei que o termo veio por uma corruptela de lá e foi adequado, climatizado e aplicado aos fãs jovens e uma categoria específica no Brasil, mas mesmo assim continuam sendo essencialmente a mesma coisa: fanáticos! De certo modo essa atitude não é normal no Brasil e é justamente criticada, pois ela não é saudável. Jamais.

As ações e reações se tornam fortes e o primeiro grupo mal nota a existência de seus críticos  ou , ao menos, finge não ligar e reage pela exclusividade de seus desenhos artistas e etc. Daí muitas pessoas começam a usar esse nome para ofender qq um que tenha um interesse sério por animação Japonesa e utiliza isso como ofensa geral. gente que se diz fã, mas tem ódio de gostar daquilo por não se sentir bem em ser identificado com o grupo. gente que sustenta sites e fansubs e usa isso como espelho refletor para não manchar sua imagem perante colegas ou outras pessoas. Justo, mas muito irritante tbm e demasiadamente infantil. Se não quer ser identificado seja menos hipórita. Não precisa ficar inventando desculpas mil de que vc tem gostos “normais” .  ”Ah, meus ídolos são todos americanos e todo mundo que gosta muito disso é otacu e foda-se”. Contradição: eu não gasto tanto grana em revistas para scanear e nem fico traduzindo do Japonês revistas inteiras para negar que gosto dessas coisas. Eu não crio barreira. Apenas me distancio disso, mas tirando esse pequeno embrulho do estomâgo, muitas vezes quem tem essa atitude fica na ordem do dia atacando os outros por gostar de coisas que essa pessoa considera errada. Desculpem-me, mas a fã-base é tão chata que desisto de shippar anime. rs (Para quem não entendeu a ironia é uma pena. O pior é que a garota caí na categoria de Fujoshi, mas é Fujoshi e uma patricinha. Daí o ódio de n~çao se conformar com seus colegas e tentar esconder os gostos. Desculpe, mas isso é tão escroto. rs)

Quem seria o pior: o descerebrado ou o hipócrita? Difícil difícil dizer. Um é tão ruim quanto o outro. Um age por impulso e o outro por ressentimento. O que torna ambos tão infantis. Isso para não dizer outros motivos que tratarei em uma parte 2 deste texto. por enquanto ficamos por aqui.


Image may be NSFW.
Clik here to view.
Image may be NSFW.
Clik here to view.

Viewing all articles
Browse latest Browse all 10